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quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

A virada da classe C







SÃO PAULO - Como a classe C se tornou uma grande consumidora de banda larga, celulares e outros gadgets no Brasil.

Para encarar pelo menos seis horas diárias dentro do metrô, do trem e do ônibus, o auxiliar administrativo Diego César Leite Rosa, de 20 anos, tem como aliado seu celular multifunção sem marca conhecida. Responsável pelo leva e traz de documentos de um escritório de contabilidade no centro de São Paulo, ele usa o aparelho para se distrair enquanto está no transporte público. “Gosto de ouvir pagode e acompanhar notícias sobre o Corinthians pela TV”, diz. Economizando parte do seu salário de 900 reais, Diego comprou o telefone por 400 reais e ainda presenteou a mãe com um televisor de LCD. Suas próximas metas são trocar o computador e contratar um serviço de banda larga. “Não vivo sem tecnologia”, diz.

A renda mensal de Diego, somada à de sua mãe, a manicure Dulce Rosa, fica em 2 500 reais. Esse valor permite incluí-los entre os 100 milhões de brasileiros que formam a classe C. Como Diego, esses consumidores estão cada vez mais ávidos por tecnologia. Eles equivalem a 52% da população brasileira, segundo o critério da Fundação Getúlio Vargas (FGV), que inclui no grupo famílias com renda mensal entre 1 115 e 4 807 reais. Preocupada em mudar seu estilo de vida, a classe C busca introduzir mais tecnologia no seu dia a dia, diz Mari Zampol, diretora da empresa de pesquisas CO.R Inovação.

A pedido de empresas que desejam conhecer melhor o comportamento desse grupo, Mari observou de perto famílias com renda mensal de até 1 800 reais. No seu estudo, ela percebeu que a classe C acessa a internet principalmente nas LAN houses, mas sonha com um PC com banda larga em casa. “Eles gostam de acessar o orkut e de pesquisar preços antes de fazer compras em lojas físicas”, diz. O computador é visto pela classe C como instrumento essencial na educação das crianças e dos adolescentes, afirma Renato Meirelles, sócio-diretor do Data Popular, empresa especializada em pesquisas sobre o consumidor popular. “Esses pais têm convicção de que o computador ajuda nos estudos”, diz.

As empresas estão atentas e não vacilam. A Positivo Informática, por exemplo, criou duas linhas de computadores para esse público, responsável por 40% das vendas da empresa. A primeira, PC da Família, vem com conteúdo para cada integrante do grupo familiar. A outra, Positivo Fácil, traz orientações de uso para quem está comprando seu primeiro PC. “Muitas vezes, quem decide a compra é a mãe, que se interessa por esse conteúdo extra”, diz César Aymoré, diretor de marketing da Positivo.

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