O protótipo pode converter os gases responsáveis pelo efeito estufa em combustível líquido, por meio de processos químicos.
Por Nátaly Dauer
Pesquisadores dos laboratórios Sandia criaram um protótipo que reenergiza quimicamente o dióxido de carbono (CO2) transformando-o em monóxido de carbono (CO), que ainda pode ser a chave para sintetizar combustível líquido. Ele foi testado pela primeira vez, recentemente.
A máquina, criada pelo pesquisador Rich Diver, usa energia solar para converter o desperdício de dióxido de carbono das usinas termoelétricas em combustíveis de transporte, como gasolina, diesel e combustíveis para aviação. O sistema é uma alternativa para a captura de carbono, que, em vez de ser armazenado permanentemente no solo, poderia ser reciclado e voltar ao uso.
Chamada de Counter-Rotating-Ring Receiver Reactor Recuperator (em português, algo como Contra-Anel-Rotatório Receptor Reator Recuperador), ou ainda CR5, a máquina cilíndrica é composta por duas câmaras nas laterais e catorze aneis rotatórios no centro. O exterior dos aneis é feito de óxido de ferro. Quando os cientistas aquecem o interior da câmara a 1.500º C com um concentrador, o óxido de ferro é submetido a uma reação termoquímica, onde libera moléculas de oxigênio.
Ao rotacionar os anéis (uma revolução por minuto), o lado quente se aproxima da câmara oposta e começa a esfriar. Quando o dióxido de carbono é mandado para esta câmara, o óxido de ferro devolve moléculas de oxigênio do dióxido de carbono, transformando-as em monóxido de carbono, que pode então ser utilizado para criar combustível líquido.
A princípio, Diver desenhou a máquina para gerar hidrogênio sem a utilização de eletrólise. Ao substituir a água por dióxido de carbono na segunda câmara, os pesquisadores conseguiram a produção de hidrogênio. Em seguida, ao misturar este hidrogênio a monóxido de carbono, foi possível produzir syngas, uma mistura de gases que contém quantidades variáveis de monóxido de carbono e hidrogênio.
O site PhysOrg explica que pode demorar até 20 anos para que a tecnologia seja lançada no mercado, sendo o maior desafio o aumento da eficiência do sistema. O objetivo dos pesquisadores é conseguir pelo menos pouca elevação na eficiência, já que a porcentagem
da fotossíntese real é de apenas 1%. Uma maneira de atingi-lo é desenvolver novos compostos cerâmicos que liberem moléculas de oxigênio quando expostos a altas temperaturas.
Esta não é a primeira tentativa de transformar dióxido de carbono em combustível. Em 2007, pesquisadores da Universidade da Califórnia criaram um dispositivo que também utilizava energia solar para a conversão.
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